30 May
30May

Inspirada noutras utilizações como “galinhas de campo virtual” este ano (2019) foi testada uma nova aplicação destas tecnologias onde foram colocados óculos de realidade virtual em vacas leiteiras para testar a eficácia da manipulação do seu estado “emocional” para aumentar e melhorar a produção de leite, uma vez que as condições precárias onde são explorados os animais, geram uma enorme carga de stresse e tensão, o que impede um maior aproveitamento do seu potencial rendimento máximo levando assim os produtores a procurarem soluções para rentabilizar a produtividade, não investindo no melhoramento das condições reais, mas sim criando a aparente ilusão do conforto de um ambiente sereno e livre onde o animal não se sente preso.

            Esta ideia aplicada à população humana com a hipotética interação direta de aparelhos com o sistema nervoso através de nanotecnologias, pode criar uma realidade distópica onde uma grande parte da população sente uma imersão numa experiência tão realista que a associa à realidade de consenso, não conseguindo distinguir se o sentimento criado por uma ação é real ou não. Isto seria vantajoso para os criadores deste sistema hipotético uma vez terem grande controlo sobre as ações dos utilizadores. Estes seriam movidos pela a necessidade da busca de emoção apenas conseguida através do consumo de conteúdo transmitido pelos  meios de comunicação que provocam uma reprogramação sentimental  que  leva o utilizador a ficar inativo perante algumas situações e o estimula a consumir mais produtos que este ache necessários ao seu “bem estar” perpetuando assim o ciclo de exploração da humanidade através do aparente “livre-arbítrio” que este sofisticado modelo implementou.

            Passando agora para uma visão mais realista do futuro destas tecnologias pode concluir-se, através da análise dos grandes investimentos, a queda da realidade virtual face à realidade mista visto que esta apresenta menos riscos para a saúde, tanto mental como física devido à persistência de uma base de realidade que permite o utilizador sentir maior conforto psicológico como até criar um maior grau de imersão devido à proximidade que a experiência tem com a realidade do utilizador.

Deste modo o avanço nestas áreas deve ser no âmbito de criar interfaces que coexistam com a realidade para criar meios que auxiliem os utilizadores com os problemas do quotidiano, não apenas criar um escape da realidade, mas sim uma melhoria.

Para fazer face à dificuldade na criação de conteúdo para estes dispositivos, embora uma ideia utópica, as empresas deveriam trabalhar em conjunto para a constituição de uma interface uniforme que permita a criação de uma codificação de conteúdos mais eficaz onde se disponibilizassem as ferramentas de criação de conteúdo aos utilizadores, tornando assim todo o sistema mais apelativo ao consumidor final uma vez este conseguir, não só participar no processo da criação do seu próprio mundo virtual como também usufruir de todo o processo criativo da comunidade virtual que abrange esta tecnologia uniformizada, acabando assim com o sentimento de falta de liberdade de escolha de conteúdos que alguns utilizadores experienciam.



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